Audiência pública da ANS discutiu reformulação de regras para planos coletivos e venda pela internet, impactando beneficiários em termos de política de preços, reajustes e rede privada de saúde.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou uma audiência pública recentemente para discutir a reformulação da política de preços e reajustes dos planos de saúde. A proposta visa atualizar as regras em pontos como coparticipação, franquia e venda de planos pela internet, além de fazer uma revisão nos valores dos planos de saúde.
Essa mudança pode afetar diretamente os planos coletivos e planos individuais, que são oferecidos pelas operadoras de saúde suplementar. A revisão dos valores dos planos de saúde pode trazer mais transparência e justiça para os consumidores, que muitas vezes se deparam com aumentos abusivos nos preços. A saúde suplementar é um setor que precisa de regulamentação constante para garantir que os planos de saúde sejam acessíveis e de qualidade para todos os brasileiros. A ANS tem um papel fundamental nesse processo, garantindo que as operadoras de saúde suplementar atuem de forma ética e transparente.
Reajustes nos Planos de Saúde: Impactos e Desafios
A discussão sobre os planos de saúde está em alta, com operadoras alegando pressão financeira e necessidade de alternativas para evitar novos repasses aos beneficiários. No entanto, especialistas alertam que a reformulação pode afetar quem utiliza a rede privada de saúde e não necessariamente vai baratear o serviço. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) busca evitar distorções que poderiam ocorrer com a adoção de medidas regulatórias eventualmente tomadas de forma isolada.
A expectativa é que haja aumento da concorrência entre as operadoras, com mais e melhores ofertas aos consumidores. Isso também é fundamental para a sustentabilidade econômico-financeira do setor, de forma que consumidores, prestadores de serviços de saúde, operadoras e administradoras de benefícios tenham capacidade de se manter na saúde suplementar.
Planos Coletivos: Ampliação do Agrupamento
Os planos coletivos, principal modalidade oferecida pelas operadoras de saúde, receberam a proposta de ampliação do tamanho do agrupamento, atualmente composto por contratos com até 29 beneficiários. Com essa alteração, seria possível diluir riscos e equilibrar os reajustes. No entanto, o advogado Rafael Robba, especializado em direito à saúde, afirma que isso já é aplicado no mercado e não resolve o problema de o consumidor não estar a par da metodologia de cálculo dos reajustes e índices utilizados pelas operadoras.
A regulamentação da coparticipação pode ser benéfica, mas é preciso ter atenção com as franquias, modalidade que ainda não faz parte do dia a dia deste setor. É importante que os planos com franquia não se tornem a prioridade das operadoras, pois isso poderia desincentivar o interesse por planos sem franquia, o que seria prejudicial para os consumidores.
Reajustes de Planos Individuais
Os planos individuais são o modelo menos utilizado entre os beneficiários da rede particular, correspondendo a 15,6% dos 51 milhões de usuários. A ANS estabelece o teto de reajuste anual para os contratos, que para o período 2024-2025 foi de 6,91%. No entanto, Robba afirma que há um ponto de atenção neste critério em função da possibilidade de que as operadoras elevem as mensalidades além do limite. Isso pode afetar a política de preços dos planos de saúde e a sustentabilidade econômico-financeira do setor.
A discussão sobre os planos de saúde é complexa e envolve muitos atores. É fundamental que as operadoras, os consumidores e os reguladores trabalhem juntos para encontrar soluções que beneficiem todos os usuários e garantam o direito à saúde. A saúde suplementar é um setor importante para a economia e a sociedade, e é preciso encontrar um equilíbrio entre a sustentabilidade econômico-financeira e a proteção dos consumidores.
Fonte: @ Veja Abril