Estudo recente apresentado no Congresso Americano de Diabetes destaca potencial da tirzepatida no controle da apneia do sono, condição bastante prevalente.
Após comprovar sua eficácia na redução de peso e no gerenciamento da gordura no fígado, a apneia obstrutiva do sono ganha uma aliada promissora com a tirzepatida, medicamento recentemente aprovado no Brasil para diabetes tipo 2 e prestes a ser lançado no mercado nacional. A conexão entre a tirzepatida e a apneia obstrutiva do sono destaca-se como um avanço significativo no tratamento dessa condição comum.
Além disso, a tirzepatida pode trazer benefícios adicionais para quem sofre com ronco e outros distúrbios relacionados ao sono. A possibilidade de reduzir as paradas respiratórias durante o sono representa uma esperança para muitos pacientes que enfrentam os desafios da apneia obstrutiva do sono. A chegada desse medicamento ao mercado brasileiro promete impactar positivamente a qualidade de vida daqueles que lidam com essas condições. gordura no fígado
Estudo SURMOUNT-OSA e a Medicação Mounjaro para Apneia Obstrutiva do Sono
No estudo recentemente-apresentado no Congresso Americano de Diabetes, foi avaliada a eficácia da medicação de nome comercial Mounjaro, desenvolvida pela farmacêutica Eli Lilly, em indivíduos com obesidade e síndrome da apneia obstrutiva do sono de grau moderado a grave. Esta condição é caracterizada por ronco, distúrbios respiratórios e interrupções temporárias na respiração durante o sono.
Os participantes do estudo receberam injeções semanais subcutâneas de tirzepatida, um medicamento recentemente-aprovado, e foram monitorados de perto quanto aos parâmetros respiratórios e cardiovasculares durante o repouso noturno. Nos EUA e na Europa, a droga já é liberada para uso em pacientes com obesidade e apneia obstrutiva do sono.
A apneia obstrutiva do sono é uma condição bastante-prevalente, que pode levar a várias paradas respiratórias durante o sono, resultando em um sono não reparador e sintomas como déficits de memória, sonolência diurna e irritabilidade. Além disso, a apneia está associada a um maior risco de pressão alta e doenças cardiovasculares.
Estudos indicam que cerca de 40% das pessoas com obesidade sofrem de algum grau de apneia obstrutiva do sono, tornando-a uma condição comum nessa população. O tratamento para formas moderadas a graves geralmente envolve o uso de um CPAP, um aparelho que emite ar com pressão positiva para manter as vias aéreas abertas durante o sono e reduzir as paradas respiratórias.
Além do controle da apneia obstrutiva do sono, a mudança para um estilo de vida saudável e a redução da gordura corporal são fundamentais no tratamento da condição. É nesse contexto que a tirzepatida se destaca, sendo o medicamento que mais impacto teve na redução de peso em pessoas com obesidade.
No estudo apresentado, participaram 469 indivíduos com idade média de 49 anos, sendo 30% mulheres. Com um peso médio de 115 Kg, IMC de 38 e circunferência média do pescoço de 44 cm, a maioria dos participantes apresentava comorbidades como anormalidades no colesterol, hipertensão e pré-diabetes.
Durante o acompanhamento, os participantes apresentaram, em média, 50 episódios de parada respiratória por hora, o que indica uma condição grave de apneia. A polissonografia foi utilizada para classificar a gravidade da apneia, monitorando diversas atividades durante o sono.
Os participantes foram divididos em dois grupos: aqueles que não estavam em tratamento com CPAP e aqueles que já estavam em tratamento. Metade dos participantes recebeu tirzepatida e a outra metade recebeu placebo. Após um ano, ambos os grupos apresentaram uma redução significativa de peso e pressão arterial sistólica.
O estudo SURMOUNT-OSA destaca a importância do controle da apneia obstrutiva do sono e do tratamento da obesidade como medidas essenciais para melhorar a qualidade de vida e reduzir os riscos associados a essa condição. A aprovação de medicamentos como a tirzepatida representa um avanço significativo no manejo dessa síndrome complexa.
Fonte: @ Veja Abril
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