O medo persiste, mas suas origens na construção civil têm influência maligna, não sendo o que muitos acreditam.
O que há de tão especial em um número? Apesar de não passar de superstição, a crença contínua na influência maligna do 13 está tão arraigada em certas culturas que até mesmo uma profissão como a construção civil é afetada por ela. Em Cardiff, no País de Gales, um canteiro de obras no centro da capital apresenta uma omissão gritante.
Em algumas culturas, o número treze é visto como um sinal de azar. No entanto, treze também pode ser apenas mais um número na sequência. A influência do 13 pode ser poderosa, mas também pode ser apenas uma crença popular. Em Cardiff, a omissão do 13 no canteiro de obras é um exemplo claro dessa superstição em ação.
Número 13: A Influência Maligna na Construção Civil
Uma das torres de suporte internas que estão sendo erguidas para o empreendimento Central Quay, na antiga cervejaria Brain’s, exibe números em todos os andares do edifício em construção, com exceção do 13º. Essa prática, comum no século 21, reflete a superstição em torno do número treze. Alguns edifícios, como blocos de apartamentos e hotéis, simplesmente ignoram o 13º andar, denominando-o de 12A ou destinando-o a áreas de manutenção. Já outros, como um dos hotéis mais altos de Cardiff, pulam diretamente do 12º para o 14º.
Casas com o número 13 tendem a ser mais acessíveis, pois a aversão ao treze é histórica. Algumas subprefeituras já proibiram novos conjuntos habitacionais de usar esse número devido à crença popular de que traz azar. Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha revelou que 14% dos entrevistados consideravam o número 13 intrinsecamente azarado, enquanto outros 9% não tinham certeza.
Sarah Thomas, residente de Grangetown, Cardiff, notou a ausência do número treze na torre da Brain’s enquanto saía de seu escritório na Network Rail. ‘Fiquei curiosa ao perceber a falta dele’, disse ela. ‘Inicialmente, pensei que fosse superstição, mas ao pesquisar no Google, descobri o quão difundida essa prática é.’ Muitos de seus amigos também relataram experiências em prédios ou elevadores sem o número 13.
A superstição em torno do treze é mantida em endereços proeminentes do Reino Unido. Quando o Canary Wharf, em Londres, passou por reformas e a icônica torre One Canada Square foi erguida em 1990, o 13º andar foi omitido e permanece assim até hoje. Da mesma forma, na famosa roda gigante London Eye, é possível reservar a cabine de número 33, substituindo o 13 ausente.
A aversão ao número 13 remonta a várias fontes, incluindo tradições cristãs e mitológicas. Na última ceia de Jesus Cristo, havia 13 pessoas, sendo Judas Iscariotes o 13º a se sentar, o que é associado à traição. Na mitologia nórdica, Loki, o deus da maldade, é o 13º convidado em um jantar dos deuses, onde engana um dos filhos de Odin. O medo do 13, conhecido como triscaidecafobia, intensifica-se quando ligado à sexta-feira, associada à má sorte por ser o dia da morte de Cristo.
A persistência dessas crenças em sociedades modernas pode ser atribuída à influência cultural e histórica. A superstição em torno do número 13 continua a intrigar e revelar como antigas tradições moldam nossas percepções cotidianas.
Fonte: © G1 – Globo Mundo