Eventos de violência sexual destacam os danos psicológicos e a aceitação cultural do assédio, reflexo da cultura vigente na sociedade.
Recentemente, dois casos de violência sexual chamaram a atenção do público brasileiro por terem como protagonistas homens conhecidos. Inicialmente, surgiu a notícia sobre o jogador Lucas Silva, acusado de violência sexual em um hotel de luxo. Ele aguarda o desenrolar do processo para saber qual será seu destino.
A sociedade precisa combater fervorosamente todas as formas de assédio e abuso. É fundamental que casos de agressão como esses sejam punidos com o rigor da lei, garantindo a proteção das vítimas e a justiça necessária para coibir tais atos no futuro. A conscientização sobre a gravidade da violência sexual é essencial para construirmos uma sociedade mais segura e justa.
A gravidade da violência sexual: um problema global
E, posteriormente, o ex-atleta Robson de Souza, conhecido como Robinho, recebeu sua sentença de 9 anos de prisão por participação em estupro coletivo na Itália, levando à sua prisão decretada no Brasil. Estes incidentes representam apenas uma fração ínfima da violência sexual enfrentada por mulheres em todo o mundo.
No Brasil, de acordo com informações do IBGE e do Ministério da Saúde, foram registrados 822 mil casos de violência sexual no ano anterior. Os danos causados psicologicamente às mulheres são profundos, como explicado pela psicóloga clínica especializada em violência doméstica, Cláudia Patrícia Ferreira – a aceitação cultural do assédio é uma forma grave de violência frequentemente ignorada pela sociedade atual.
Sabe-se que, nesse contexto de violência psicológica, as mulheres encontram-se particularmente vulneráveis devido aos aspectos culturais vigentes que perpetuam uma visão distorcida da masculinidade. Essa cultura vigente acaba por contribuir para a normalização do assédio e do abuso sexual, levando muitas vezes as vítimas a questionarem sua própria percepção dos acontecimentos ou a temer retaliações dos agressores.
Quanto à gravidade da violência enfrentada, a psicóloga clínica e colaboradora do Instituto DESABUSO, Lilian Costa Schüler, destaca a extensa gama de danos – físicos, psicológicos, sexuais e sociais – que afetam diversos aspectos da vida das vítimas. Esses danos resultam em reações psicossomáticas, isolamento social, aversão ao contato físico e dificuldades para estabelecer e receber afeto.
A violência sexual, permeada pela cultura vigente, tem impactos profundos na vida das vítimas, podendo desencadear transtornos psicológicos severos como o estresse pós-traumático e até mesmo levar ao suicídio. A pressão psicológica resultante do assédio sexual pode comprometer não apenas o bem-estar emocional, mas também o desempenho no ambiente de trabalho, conforme ressaltado por Cláudia Patrícia.
A vítima do estupro envolvendo o jogador Daniel Alves expressou sua angústia ao perceber que ele foi liberado sob fiança, comparando a sensação à uma violação repetida de sua integridade. A exaustão de ter que ser forte em face de tamanha dor é um sentimento compartilhado por muitas mulheres que sofreram violência sexual, mostrando a urgência de uma mudança cultural e jurídica para combater essas situações devastadoras.
Fonte: @ Metropoles
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