Vendas dos ativos do Grupo Virgolino Oliveira estão próximas de acontecer, negócio de R$ 2,5 bilhões.
O desfecho do que um dia foi um dos maiores conglomerados da área sucroalcooleira do Sudeste está próximo de ser concretizado em um negócio que tem potencial para gerar uma movimentação financeira superior a R$ 2,5 bilhões. Informações obtidas pelo NeoFeed indicam que o Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), detentor de quatro usinas e extensas áreas de terra, está prestes a tomar a decisão de contratar um intermediário para a venda de seus bens.
Enquanto o negócio se desenrola, o mercado aguarda ansiosamente para saber mais detalhes sobre essa importante transação. O empreendimento do GVO, que já foi um dos mais robustos da região, agora enfrenta um novo capítulo em sua história, com essa operação que promete mexer com o cenário econômico local e nacional.
Negócio em recuperação: Grupo Virgolino Oliveira e a operação de venda de usinas e terras
Em um empreendimento marcado por dívidas de R$ 7 bilhões, o Grupo Virgolino Oliveira (GVO) enfrenta um momento crucial. Com a recomendação dos credores, a contratação da Makalu Partners para conduzir a transação de usinas e terras é o próximo passo. O processo, que envolveu a Czarnikow e a Íntegra Associados, visa a liquidação de ativos para quitar os débitos pendentes.
Embora o corretor já tenha sido indicado, a decisão final ainda não foi tomada. O juiz estabeleceu a quinta-feira, 27 de junho, como prazo limite para que GVO e os credores cheguem a um acordo. O objetivo é evitar litígios e garantir o avanço da operação, conforme relata um profissional envolvido nas negociações.
No centro da transação estão nove Unidades Produtivas Independentes (UPIs), com destaque para quatro usinas localizadas em Catanduva (R$ 754 milhões), José Bonifácio (R$ 568 milhões), Monções (R$ 371 milhões) e Itapira (R$ 226 milhões), avaliadas em R$ 1,9 bilhão. Além disso, 6,7 mil hectares de terra, com valor estimado em R$ 646 milhões, complementam o negócio.
Este empreendimento promete movimentar o mercado, uma vez que não há unidades disponíveis para venda em São Paulo com capacidade de moagem superior a 10 milhões de toneladas. O setor está em efervescência, com grandes transações recentes, como a aquisição do controle da Bunge Energia pela BP por US$ 1,4 bilhão e o aumento da participação da Mubadala na Atvos.
O custo de construção de uma nova usina gira em torno de R$ 1 mil por tonelada de cana, enquanto empresas como São Martinho e Jalles Machado são negociadas na bolsa por cerca de R$ 500,00 por tonelada. As fusões e aquisições no setor variam entre R$ 350,00 e R$ 400,00 por tonelada, sendo que as usinas do GVO devem ser negociadas por menos de R$ 200,00 por tonelada.
Apesar do desconto oferecido, há ceticismo em relação aos valores envolvidos. Um ex-executivo do setor argumenta que é necessário um desconto ainda maior, considerando que as usinas estão inativas, obsoletas e cercadas por concorrentes que já absorveram a produção de cana da região.
A origem da dívida remonta ao período entre 2000 e 2010, quando o GVO expandiu suas operações com a construção de usinas em José Bonifácio e Monções. Para financiar o crescimento, o grupo emitiu bonds no valor total de US$ 735 milhões em três etapas: US$ 300 milhões em 2011, mais US$ 300 milhões em 2012 e US$ 135 milhões em 2014.
Com a queda dos preços em 2017 e os impactos da Covid-19, fundos de distressed adquiriram os bonds, resultando em desacordos entre os detentores dos títulos e a empresa. Três usinas foram paralisadas, Catanduva foi arrendada, e o GVO, que chegou a ter 8 mil colaboradores, entrou em colapso, culminando na solicitação de recuperação judicial em 2021. Uma fonte próxima do negócio descreve a situação como uma potencial liquidação das UPIs.
Fonte: @ NEO FEED