Assembleia Extraordinária pode mudar estrutura da governança, destituindo conselho relevante para investidores privados.
Investidores privados com peso relevante na Petrobras estão pressionando a empresa para a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas com o objetivo de aprovar alterações na governança da Petrobras. De acordo com informações obtidas pela CNN, ainda não há consenso sobre a proposta do conselho de administração de que apenas a validação do colegiado seja suficiente para permitir a nomeação de Madga Chambriard como nova presidente da Petrobras.
Executivos ligados à Petrobras revelaram que o processo de reestruturação da governança da empresa está avançando rapidamente, com decisões importantes sendo tomadas fora dos órgãos oficiais, sem a devida comunicação ao mercado. A movimentação dos investidores privados com participação significativa na Petrobras reflete a urgência em promover mudanças na gestão da estatal, visando garantir maior transparência e eficiência nas operações da companhia.
Petrobras: Mudanças na Governança e Reações de Investidores Privados
A Petrobras enfrenta um momento de peso em sua história recente, com a demissão de profissionais ligados ao ex-CEO Jean Paul Prates resultando em uma perda significativa de quase R$ 70 bilhões em valor de mercado em apenas uma semana. A chegada de Magda Chambriard para assumir a presidência da estatal trouxe consigo uma série de mudanças e desafios na governança da empresa.
O grupo de investidores privados, especialmente os estrangeiros, reagiu de forma intensa, buscando frear o processo de transformações e pressionando a Petrobras a submeter as decisões da nova presidente a todos os acionistas. Essa resistência dos investidores privados reflete uma tentativa de evitar o que consideram uma interferência excessiva do governo na condução da empresa.
A possibilidade de convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para discutir os rumos da Petrobras tem gerado apreensão entre os membros da estatal. Há o temor de que a realização da AGE resulte em impasses legais, adiando a entrada efetiva de Magda Chambriard na presidência.
A escolha de Chambriard como presidente da Petrobras é vista por muitos como uma indicação direta do governo, o que levanta questionamentos sobre a autonomia da empresa em suas decisões estratégicas. Fontes próximas à estatal ressaltam a preocupação no alto escalão da companhia quanto à possibilidade de membros do conselho de administração serem impedidos de permanecer nos cargos devido à Lei das Estatais.
Essa legislação, cuja constitucionalidade foi recentemente confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), proíbe que funcionários da administração direta do governo federal assumam cargos em estatais. Isso poderia afetar diretamente figuras-chave como Pietro Mendes, presidente do conselho e secretário de Minas e Energia, e Rafael Dubeaux, novo conselheiro indicado pelo ministro Fernando Haddad.
A perspectiva de uma AGE levanta a possibilidade de uma reestruturação completa do conselho de administração da Petrobras, com potenciais impactos nas decisões estratégicas e na governança da empresa. O embate entre interesses públicos e privados promete ser um elemento relevante nesse cenário de mudanças e incertezas na estatal.
Fonte: © CNN Brasil