Ueslei Abreu das Neves, 34, ficou com o olho roxo após ser agredido com socos e chutes por policial militar.
Em uma medida considerada inédita na Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu afastar policiais militares das ruas em razão de suspeitas de agressão durante uma abordagem policial. Essa decisão foi tomada após a divulgação de um vídeo que mostra um homem negro sendo agredido por agentes da polícia militar em Santos, no litoral paulista.
A atitude da Secretaria de Segurança Pública é vista como um passo importante em direção à responsabilização de agentes que abusam de seu poder. A conduta abusiva de alguns policiais militares não pode ser tolerada e deve ser investigada a fundo. Além disso, é fundamental que os policiais sejam treinados para lidar com situações de abordagem de forma ética e respeitosa. A presença de um agente policial militar durante a abordagem deve ser um fator de segurança, não de medo ou violência.
Policial é acusado de agredir petroleiro em abordagem policial
O caso do petroleiro Ueslei Abreu das Neves, 34, que foi agredido por um policial militar durante uma abordagem policial na madrugada do dia 9 de novembro, tem gerado muita controvérsia. De acordo com relatos, Neves foi agredido com socos e chutes na porta de uma farmácia na avenida Marechal Floriano Peixoto, no bairro Gonzaga. O policial militar presente na ocorrência confirmou ter dado um tapa no rosto de Neves, alegando que a ação foi para evitar a aproximação do abordado.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) repudiou a conduta do agente e afirmou que não compactua com excessos ou desvios de conduta, punindo aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos estabelecidos pela corporação. O caso está sendo investigado pela Polícia Militar.
O policial militar relatou que ele e sua equipe foram acionados para verificar o acionamento de um alarme na farmácia. Neves estava sentado ao lado da porta de ferro do estabelecimento, o que poderia ter feito com que o alarme fosse disparado. O policial pediu que Neves ficasse de pé e erguesse a camiseta, o que foi feito. Em seguida, o policial pediu que o petroleiro colocasse as mãos na cabeça, o que teria sido recusado. Foi após essa discussão que ocorreu o tapa.
Neves teria tentado recolher alguns pertences que estava no local, mas foi impedido pelo policial, que justificou o veto como uma forma de evitar uma possível fuga. O boletim de ocorrência não menciona troca de agressões físicas entre as partes. O policial militar afirmou ter sido xingado por Neves em ao menos dois momentos, fora e dentro do carro policial.
O petroleiro foi levado para um hospital, onde passou por atendimento médico. Sua defensora, Anna Fernandes Marques, afirmou que Neves estava na farmácia quando os policiais chegaram e iniciaram um diálogo do qual ele não lembra, e que passou a ser agredido. Para a advogada, o trauma pode ter contribuído para o esquecimento.
A defensora também relatou que Neves foi agredido novamente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e que o médico lá presente se recusou a examiná-lo. Além disso, Neves foi algemado de forma truculenta sem oferecer resistência e foi agredido novamente quando estava saindo da UPA. A advogada solicitou as imagens das câmeras de segurança do entorno, mas não foi atendida, uma vez que o pedido precisa passar por decisão judicial.
Neves fez exames em uma clínica particular para apontar a classificação das lesões sofridas durante as agressões. De acordo com sua defensora, Neves sofreu danos físicos e psicológicos, mas não houve nenhum dano maior.
Fonte: © Notícias ao Minuto