Segundo a Febraban, R$ 4 bi são investidos anualmente no combate a fraudes e vazamentos de dados no sistema bancário, durante a abertura de contas e identificação de correntistas.
O enfrentamento de fraudes bancárias reuniu especialistas do setor financeiro e autoridades nesta quinta-feira (27) no Congresso Nacional. Durante a reunião na Comissão de Segurança Cibernética e Proteção de Dados (CSCPD), foram discutidas medidas para prevenir atividades fraudulentas e proteger os clientes de instituições financeiras.
Além disso, os participantes destacaram a importância de educar a população sobre crimes financeiros e promover a conscientização sobre os riscos de fraudes bancárias. A implementação de tecnologias de segurança avançadas e a colaboração entre os órgãos reguladores foram apontadas como estratégias essenciais para combater essas práticas nocivas. abertura de empresas
Fraudes Bancárias: Desafios e Soluções para um Sistema Mais Seguro
A proposta apresentada pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) visa estabelecer o Cadastro Digital Certificado, com o objetivo de regular a identificação de correntistas ativos e passivos que possuem contas de depósitos abertas de forma eletrônica. Segundo o projeto, os usuários dos serviços bancários devem validar sua identidade por meio de certificados a cada dois anos.
De acordo com informações divulgadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), anualmente são destinados cerca de R$ 4 bilhões para o combate às fraudes bancárias no sistema financeiro. Ivo Mósca, diretor de Inovação da Febraban, ressaltou a importância da colaboração entre as instituições financeiras para enfrentar esse desafio crescente.
Mósca destacou que a agilidade e a tecnologia são essenciais para combater as atividades fraudulentas, enfatizando a necessidade de normas flexíveis que permitam uma resposta eficaz. Ele enfatizou que a velocidade e os recursos tecnológicos disponíveis para os fraudadores devem ser equiparados pelas medidas de segurança adotadas pelas instituições financeiras.
Por outro lado, Luã Cruz, representante do Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec), alertou para a frequência cada vez maior de vazamentos de dados e expressou preocupação com a coleta excessiva de informações exigida pelo projeto. Cruz ressaltou que a proposta inclui uma extensa lista de dados pessoais a serem fornecidos pelos correntistas no Cadastro Digital, como fotos faciais, impressões digitais e até mesmo a exigência de fotografar tatuagens ou sinais corporais distintivos.
Diante desse cenário, Cruz propôs a implementação de medidas adicionais de segurança durante a abertura de contas, como a autenticação de dois fatores, que envolve o envio de um código por SMS ou outro meio, e a verificação da geolocalização para garantir a legitimidade do usuário.
Leonardo Gonçalves, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), sugeriu a utilização da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) como uma forma de reforçar a segurança no processo de abertura de contas. Gonçalves ressaltou a importância da infraestrutura existente, que já está em operação há duas décadas, como um recurso confiável disponível para toda a população e para as instituições bancárias.
Fonte: @ Valor Invest Globo