No centro do país, o nacionalista socialmente conservador Fico, líder da oposição, defende trabalho e conservadorismo costumista, mas promove polarização com mensagens sobre casamentos e Covid-19. Atual gestão: atentados, reformas econômicas, processo de eleições, Tribunal Europeu e Comissão Europeia dos Direitos Humanos. Quando na oposição, dissementou mentiras sobre a pandemia.
Fico, Robert, foi alvejado nesta quarta-feira (15) em um ataque na cidade de Handlová, a 190 km da capital, Bratislava.
No segundo parágrafo, o ex-comunista e político eslovaco, líder da oposição, sofreu o atentado enquanto participava de um evento público de seu partido.
Fico, Robert;: o ex-comunista que se tornou político influente
Fico, Robert; encontra-se internado em um hospital na cidade de Banská Bystrica, na região central do país, em estado ‘muito grave’. Ele é um dos líderes mais proeminentes do país desde a sua independência em 1993, quando ocorreu o desmembramento da Tchecoslováquia. O atentado que sofreu comoveu toda a nação e pode intensificar um processo de polarização no país, algo que Fico, ex-primeiro-ministro, havia contribuído para acentuar em sua última tentativa de retornar ao poder.
A atual gestão de Fico à frente da Eslováquia, um país estratégico para a Europa, é marcada por polêmicas e ambiguidades. Ele ocupa pela terceira vez o cargo de primeiro-ministro, sendo membro da União Europeia e da Otan desde outubro de 2023. Reconhecido por suas posições nacionalistas e socialmente conservadoras, Fico é um líder político controverso que divide opiniões.
Durante a pandemia, enquanto liderava a oposição, Fico adotou uma postura conspiracionista em relação à Covid-19, disseminando desinformação sobre vacinas e criticando medidas de contenção da doença. Em 2023, foi o candidato mais votado nas eleições, defendendo uma plataforma pró-Putin e contrária à ajuda da UE e da Otan à Ucrânia no conflito com a Rússia.
Os primeiros meses de seu mandato como primeiro-ministro foram marcados por decisões polêmicas, como a suspensão da ajuda militar à Ucrânia e planos para reformular a emissora pública RTVS. Seu partido, o Direção Social-Democracia (Smer-SSD), critica o que considera um liberalismo social imposto por Bruxelas, defendendo uma abordagem mais conservadora em questões sociais e de imigração.
Fico, nascido em 1964 na antiga Tchecoslováquia, teve uma trajetória política marcada por sua filiação ao Partido Comunista, atuação como deputado e advogado. Após a queda do Muro de Berlim, representou a Eslováquia no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e na Comissão Europeia dos Direitos Humanos. Desde 1999, é presidente do partido Smer, sendo considerado um populista de esquerda com inclinações nacionalistas e conservadoras.
Fonte: © G1 – Globo Mundo