Moradores opinam sobre a reclassificação da Rocinha pelo IBGE. Ex-presidente do comitê comunitário, dono de salão de beleza e empreendedor social acreditam que isso mudará o perfil da comunidade-social da Rocinha.
A Rocinha volta a figurar como a maior favela do Brasil, conforme dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE. Esta informação trouxe grande expectativa para a comunidade, com muitos residentes esperando por uma melhoria na infraestrutura e serviços oferecidos. Muitos que cresceram na Rocinha estruturada e evoluíram em outras áreas, quando retornam, não encontram o que esperam.
A volta da Rocinha ao topo do censo gerou um grande rebuliço na comunidade. Muitos residentes que já há muito tempo habitam a favela, como Rosemary, que criou seu próprio negócio, um salão de beleza localizado dentro de uma lavanderia, e Maria Consuelo, uma ‘articuladora social comunitária’, estão bastante ansiosos para ver as melhorias que prometem mudar a forma como a comunidade vive e trabalha. Acreditam que a Rocinha merece esse reconhecimento.
Organização Social em Rocinha é Oportunidade de Melhoria
Em um cenário onde a falta de instituições sociais é um desafio constante, a comunidade da Rocinha busca fortalecer sua estrutura social. Rosemary Pereira Cavalcante, dona do Studio Tetemere, na Rocinha, é um exemplo de empreendedorismo-social. Abriu seu salão de beleza com a ajuda do Sebrae, e cuida também de José Severino, de 85 anos, que vivia nas ruas sem abrigo devido à falta de cuidado a idosos. Rosemary destaca que a comunidade da Rocinha precisa urgentemente de instituições que atendam às necessidades dos idosos, que são deixados sozinhos em casa enquanto os jovens trabalham e deixam suas crianças em creches.
Desafios na Rocinha, em cada Esquina
A comunidade da Rocinha enfrenta vários desafios. A falta de bancos e agências dos Correios é um problema recorrente, e a comunidade lutou pela volta dessas instituições. Apesar da dificuldade, a comunidade da Rocinha não desiste. A escritora e articuladora social comunitária, Maria Consuelo Pereira dos Santos, expressa sua preocupação com a falta de estrutura na comunidade, apesar da volta ao primeiro lugar na classificação da Rocinha como maior favela do Brasil.
Reconhecimento da Rocinha como Referência em Desenvolvimento
A classificação da Rocinha como a segunda maior favela brasileira em 2023 foi um golpe para a confiança da comunidade. No entanto, a volta ao topo da classificação em 2023 trouxe um alívio para ativistas como William de Oliveira, descendente de várias gerações da Rocinha. Ele destaca que a volta ao primeiro lugar é uma vitória, mas questiona o que isso traz de benefícios para a comunidade.
Desafios e Oportunidades
A Rocinha enfrenta desafios como a falta de estrutura social e institucional, mas também tem oportunidades, como o empreendedorismo-social. A direção do Museu Sankofa, Antonio Carlos Firmino, questiona o que o retorno ao primeiro lugar traz de benefícios e destaca a necessidade da organização social e reivindicação de direitos básicos na comunidade.
Fonte: @ Terra