Investigação de crimes em empresa de SC com gestora ‘cripto’ inclui fundos bloqueados, operações de arbitragem, pirâmide financeira e captação de investimentos.
As conclusões da investigação conduzida pela Polícia Federal em relação aos possíveis delitos praticados pela Sbaraini Administradora de Capitais resultaram no indiciamento de dois sócios da empresa de investimentos especializada em tecnologia e ativos digitais Titanium Asset, cujos recursos foram indisponibilizados para reembolso dos investidores.
Durante a averiguação realizada, foi possível identificar indícios adicionais de irregularidades, indicando a necessidade de uma apuração mais detalhada dos fatos para esclarecimento completo da situação. É fundamental que a investigação seja conduzida de forma minuciosa e imparcial para garantir a justiça e proteger os interesses dos envolvidos.
Cláudio e Guilherme Miksza na mira da investigação de lavagem de dinheiro
No centro de uma profunda inquirição por lavagem de dinheiro estão os irmãos Claudio Miguel Miksza Filho e Guilherme Bernert Miksza, sendo apontados como suspeitos de atividades ilícitas. A Titanium viu surgir um desdobramento controverso quando a MK BR, criada pelos mesmos sócios fundadores, foi adquirida pelo empresário Eduardo Sbaraini em 2021, sendo utilizada para captação de investimentos de clientes e gestão de capital.
A empresa se propunha a proporcionar rentabilidade aos investidores por meio de operações de arbitragem entre exchanges de criptomoedas. Advogado criminalista, Felipe Américo Moraes representa diversos investidores que se declararam vítimas no caso e ressalta a ausência de provas concretas até o momento de que a Sbaraini operava como uma pirâmide financeira, apesar das suspeitas.
A investigação veio à tona em novembro de 2023 durante a deflagração da Operação Ouranós pela Polícia Federal, resultando em 28 mandados de busca e apreensão e 11 medidas cautelares contra 12 indivíduos e mais de 50 empresas associadas a Sbaraini. Embora tenha sido afastada da gestão dos fundos temporariamente, a Titanium retomou suas operações, mantendo os fundos bloqueados para resgate desde novembro, mesmo após recuperar o controle em fevereiro.
A PF mencionou que a investigação envolve um suposto esquema que captou R$ 1 bilhão, com indícios de uma estrutura semelhante a uma pirâmide financeira. As autoridades destacaram que os recursos foram movimentados por diversas contas e empresas em uma tentativa de esvaziar o patrimônio da instituição financeira clandestina, através de uma complexa rede de transações.
A operação da Sbaraini alcançou uma amplitude significativa, atendendo mais de 7 mil clientes em 17 Estados e até mesmo no exterior, mesmo operando a partir de Santa Catarina. O bloqueio das contas da empresa foi motivado, em grande parte, pela atividade de investimento coletivo sem a devida autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme apontado pelo advogado Felipe Américo Moraes.
A entrada da Titanium nesse contexto se deu através da venda da MK para Sbaraini, com indícios de movimentações financeiras obscuras entre as empresas. Os sócios da Titanium teriam recebido cerca de R$ 30 milhões na transação, valores esses que teriam sido utilizados como investimento inicial para os fundos da Titanium, empresa devidamente autorizada e regulada pela CVM para atuar no mercado.
A suspeita de lavagem de dinheiro surge como ponto central na averiguação do caso, envolvendo a suposta ocultação de capital proveniente de atividades ilícitas. O advogado Paula Lima Hyppolito, especialista em direito penal, destaca que a ligação entre Titanium e Sbaraini levanta questões sobre a movimentação de recursos de origem duvidosa entre as empresas, configurando um cenário complexo para a conclusão da investigação em andamento.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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