O estudo ‘Startups Mindscape 2024’ analisa a jornada emocional de fundadores no Brasil, desmistificando a imagem das startups. Destaca a importância da diversidade e do financiamento.
Hoje vamos abordar um tema muito interessante, que foge um pouco do convencional: startups. Acabei de ler a revista ‘Exame‘, publicação da Fundação Instituto de Administração em parceria com a Microsoft. O artigo se chama ‘Ecossistema de Startups 2025 – Um panorama sobre a inovação no empreendedorismo brasileiro‘.
Além disso, o mercado de empreendedorismo no Brasil está em constante evolução. Recentemente, participei de um webinar promovido pela Associação Brasileira de Startups, que discutiu o papel das aceleradoras no fomento do empreendedorismo no país. Foi uma experiência enriquecedora e inspiradora.
Explorando a Mentalidade dos Fundadores de Startups Brasileiras
Sem dúvida, é o mais rico que já li sobre o espírito e a lógica dos fundadores de startups brasileiras. Não é uma mera fórmula de sucesso enumerando chavões, não fala em ‘disruptar mercados’ nem sobre fórmulas de inovação e futurologia. Pelo contrário, o estudo mostra a ‘cozinha’, como pensa o empreendedor e o que ele teme, suas inseguranças e angústias. O que realmente tira o seu sono. Ele se baseia em dados quantitativos e qualitativos coletados junto a mais de 100 fundadores de startups brasileiras de setores diversos e em estágios diferentes de maturação.
Jornada Emocional dos Fundadores de Startups
O estudo completo está disponível no link a seguir: Startups Mindscape 2024. Vou trazer aqui os números mais interessantes da pesquisa e minha visão. Como sou também um ‘startapeiro’, me identifiquei profundamente com muitos pontos. Sobre o perfil, vemos que o empreendedorismo ainda é menos diverso do que deveria. Das startups analisadas, 77,89% são na região Sudeste, 81% fundadas por homens e 87,5% por heterossexuais. Logo, um primeiro sinal é que temos de avançar na diversidade.
Desafios e Oportunidades no Ambiente de Startups
O ambiente de startups é ainda muito masculino e concentrado no eixo Sudeste. Fora desse padrão, há menos gente empreendendo. Quando participo de fóruns grandes de startups, a presença maciça é da região Sudeste e Sul, e quase nada do resto do país. Das startups da pesquisa, 42% delas estão na fase de crescimento em escala do negócio e 39% ainda no lançamento dos primeiros produtos e tração inicial. Então é um retrato interessante que mostra a visão de quem ainda está começando e de quem já está em um estágio mais maduro como empresa.
Modelo de Negócios e Estratégias das Startups Brasileiras
Sobre o modelo de negócios, 46,15% se dedicam a SaaS – Software as a Service. Isso é uma característica relevante do mercado brasileiro, em que as startups em sua maioria atuam no B2B. E por quê? Como temos pouco capital disponível para startups, muitas delas acabam tentando achar alguma cadeia de ineficiência entre grandes setores e fornecedores, e arbitrar uma desvantagem ao seu favor. É um tiro mais certeiro (se é que se pode falar assim), custa mais barato e leva menos tempo para atingir alguma eficiência e gerar valor. E, gera mais potenciais compradores para o seu negócio, já que a natureza da startup é sempre pensar em quem pode comprar o seu negócio em cinco anos.
Desafios do Crescimento e Escala no Mundo das Startups
Difícil achar que todo empreendedor vai ser visionário e tentar revolucionar todo um setor da economia. Ele prefere pegar uma pequena cadeia de processos com problema, arrumar rápido e tentar se beneficiar disso. Agora vamos começar a mostrar como a vida é dura… ao contrário da imagem que se tem do ambiente de startups, de escritórios descolados e a turma trabalhando de camiseta e calça jeans. Fala-se muito de ‘angel investor’ e fundos de Venture Capital injetando muito dinheiro, mas isso de fato acontece para poucos: 41% das empresas pesquisadas não contaram com NENHUM investimento externo, a não ser de seus fundadores; apenas 36% dos felizardos conseguiram participar de programas de aceleração (que às vezes trazem.
Fonte: @ Valor Invest Globo