Medicamentos de 100 mg e 500 mg ajudam pacientes com anemia renal. Tratamento por 9 meses melhora sintomas e previne complicações.
O Ministério da Saúde está implementando a disponibilização de dois novos medicamentos (alfaepoetina e hidroxiureia) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da doença falciforme, uma patologia genética prevalente na população negra, sobretudo em mulheres.
A doença falciforme é caracterizada por uma forma hereditária de anemia, afetando principalmente os glóbulos vermelhos. A iniciativa do Ministério da Saúde visa aprimorar o cuidado e a qualidade de vida dos pacientes com doença falciforme, fortalecendo a assistência médica e ampliando as opções terapêuticas disponíveis.
Tratamento e Manejo da Doença Falciforme
A alfaepoetina para pacientes que apresentam declínio da função renal e piora do quadro de anemia; e a hidroxiureia, na apresentação de 100 mg para pacientes com pelo menos de 9 meses de idade e ampliação da apresentação de 500 mg para pacientes com 9 e 24 meses sem sintomas e complicações. Os medicamentos devem estar disponíveis em até 180 dias após a incorporação no SUS.
A doença falciforme é a enfermidade genética com maior prevalência no país e no mundo, com alta concentração de diagnósticos e óbitos em pessoas pardas e pretas. É um grande marco para a questão da anemia falciforme, uma doença em que cerca de 80% dos diagnósticos estão relacionados à população negra, sendo 52% desses em mulheres. E, ainda mais nesta semana em que celebramos o Dia Internacional das Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, destaca o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), Carlos Gadelha.
Este é mais um exemplo de que o Ministério está dando o seu cuidado com a vida e o seu compromisso com a diversidade, com a equidade de gênero e com as práticas antirracistas, acrescenta Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics) (Foto: divulgação/MS).
Entre os anos de 2014 e 2020, nasceram 3,75 pessoas com doença falciforme a cada 10 mil nascidos vivos no Brasil. A taxa de mortalidade por doença falciforme no país é de aproximadamente 1,12 pessoas a cada 100.000 habitantes. De 2015 a 2019, entre os indivíduos que foram a óbito em razão da doença, a maioria era parda ou negra (78,6%) e (52,2%) eram mulheres. Em 2023, 14.620 pacientes estavam recebendo tratamento da doença por meio das Farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) do SUS.
O Ministério da Saúde toma uma decisão importantíssima. A alfaepoetina era um medicamento que ainda não estava disponibilizado para anemia falciforme no SUS, assim como a hidroxiureia na apresentação de 100 mg. Com isso, a assistência farmacêutica amplia o acesso e direciona o olhar de forma mais cuidadosa para essas crianças, considerando principalmente os grupos que mais precisam de uma atenção especial, destacou o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, Marco Pereira.
Sintomas e Complicações da Doença Falciforme
Os sintomas da doença falciforme se iniciam logo no primeiro ano de idade e podem se estender durante toda a vida do paciente, atingindo quase todos os órgãos e sistemas em diferentes graus. Uma das manifestações clínicas mais comuns é a anemia falciforme, que apresenta a hemoglobina ‘S’ em homozigose. Esse tipo de condição muda o formato das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), o que prejudica a chegada de oxigênio e a circulação nos tecidos. Os pacientes diagnosticados podem enfrentar crises de dor, icterícia, anemia, infecções, síndrome mão-pé, acidente vascular encefálico, priapismo, síndrome torácica aguda, complicações renais e oculares, entre outros sintomas.
Diagnóstico
Fonte: @ Ministério da Saúde