CEO da Amazon fala com streamers sobre o futuro das transmissões ao vivo e a transformação da indústria, abordando a evolução das redes sociais e seu impacto no estilo de vida.
Ontem, durante o South by Southwest, o CEO da Twitch, Dan Clancy, participou de um painel ao lado de quatro streamers famosos: Ninja, Pokimane, Myth e Shroud. O evento abordou a importância da interação entre os criadores de conteúdo e suas comunidades no universo das transmissões ao vivo.
A Twitch é uma renomada plataforma de transmissões ao vivo adquirida pela Amazon em 2014. Com milhões de usuários ativos diariamente, os streamers têm se tornado cada vez mais influentes na internet, alcançando um público diversificado e engajado. A parceria entre a Twitch e a Amazon tem impulsionado o crescimento da plataforma, garantindo uma experiência de streaming de alta qualidade para os usuários de todo o mundo.
Evolução das transmissões ao vivo
Da esquerda para a direita: Dan Clancy, TheSushiDragon, Mizkif e ExtraEmily (Crédito: Amanda Schnaider) Clancy começou o papo desconstruindo uma visão comum da maioria das pessoas sobre a plataforma de transmissões ao vivo da Amazon. ‘A Twitch nunca foi sobre jogos, sempre foi sobre conversa’.
O executivo explicou que os games ganharam notoriedade na plataforma em certo ponto porque os usuários precisavam de um foco, mas que, apesar disso, o que os uniam de fato era, na verdade, a conversa, a comunicação. A plataforma passou por uma transformação ao longo dos anos.
Muitos usuários associaram a Twitch à jogos, mas na realidade, sua essência sempre foi mais do que apenas gameplays. A conversa e a interação sempre foram o cerne dessa plataforma de transmissões ao vivo, que se destacou ao ao longo do tempo.
Transformação da indústria da transmissão ao vivo
‘Quando o Twitch começou, era conhecido como Justin.TV, que basicamente consistia em filmar sua vida, depois, tornou-se sobre jogos e agora muitas mais pessoas, como esses três streamers, apenas filmam suas vidas’. E essa última etapa cumpre justamente o propósito pelo qual a Twitch foi criada.
Ainda como o nome de Justin.TV, a plataforma foi desenvolvida pelo americano Justin Kan, com a proposta de ser um site onde as pessoas gravariam suas vidas, como em um reality show. Porém, essa ideia não deu muito certo. Foi então, em 2014, que a Amazon adquiriu a já Twitch.TV, parte já desmembrada da Justin.TV, por US$ 960 milhões.
O avanço da Twitch influenciou toda a indústria de transmissão ao vivo, tornando-se parte integrante de diversas plataformas de redes sociais. Este movimento alterou o cenário, incluindo até mesmo redes sociais iniciais, como o Instagram.
Estilo de vida e redes sociais
Jogos como plataforma são a próxima era do entretenimento interativo Senso de comunidade. No entanto, Clancy destacou que a Twitch se diferencia das outras plataformas no tempo em que as pessoas passam na plataforma acompanhando as transmissões. ‘As pessoas passam 2, 3, 4 horas assistindo transmissões na Twitch, e isso constrói um senso de comunidade’.
E esse senso de comunidade é que une a experiência na Twitch. ‘Frequentemente uso a frase ‘transmissão ao vivo centrada na comunidade’’ porque realmente não se trata apenas de alguém transmitindo lá em cima, são todas as pessoas que estão assistindo’, complementou o CEO. A proximidade da comunidade com os streamers da Twitch faz com ela evolua junto com eles.
Clancy criticou as chamadas redes sociais, afirmando, que a maioria delas é, na verdade, antissocial. ‘Não é muito social sentar sozinho e ficar deslizando o dedo pela tela’.
Este sentimento de comunidade é o que diferencia a Twitch de outras plataformas de transmissões ao vivo e redes sociais, criando um ambiente interativo e participativo para os streamers e espectadores.
Streaming como estilo de vida e o futuro das transmissões ao vivo
Streaming como estilo de vida Separar o trabalho de streamer da sua vida é impossível para Mizkif. ‘fazer transmissões não é um trabalho, é um estilo de vida’. Isso porque tudo pode virar conteúdo quando se é um streamer, na visão de Mizkif. Esta dinâmica pode ser cansativa para muitas pessoas, mas não parece ser um incômodo para o creator.
Justamente por ser uma tarefa trabalhosa, que se mistura com a vida, Clancy entende que as pessoas não entram nesse mundo pela fama, porque senão desistiriam. Para ele, os streamers entram nesse mundo por conta do senso de comunidade, que comentou.
Para TheSushiDragon, o futuro das transmissões ao vivo será as microproduções, onde cada streamer também será um produtor. ‘E assim que as ferramentas se tornarem mais disponíveis, como a inteligência artificial e acessíveis, acredito que as pessoas vão começar a adotar essas ferramentas’, complementou.
Apesar de concordar com TheSushiDragon, Mizkif afirmou que, no futuro, as transmissões ao vivo continuarão sendo minimalistas em muitos aspectos. ‘As pessoas simplesmente gostam de clicar na transmissão e ter alguém com quem possam conversar de volta e não necessariamente precisando de uma produção massiva ou de qualquer produção’, reforçou.
Fonte: @ Meio&Mensagem