Empresa subvalorizada apesar dos desafios macroeconômicos financia recompra de papéis com empréstimo bancário para operações com derivativos.
No Brasil, as empresas que adotam programas de recompra de ações geralmente o fazem porque acreditam que seus papéis estão sendo subvalorizados pelo mercado. Atualmente, existem mais de 100 desses programas em aberto, de acordo com o levantamento realizado pelo NeoFeed. Mas a Tenda vai além: seus diretores têm recorrido a empréstimos para financiar a recompra de papéis, um movimento incomum no mercado brasileiro.
Esse movimento de aquisição de ações por parte da Tenda demonstra uma confiança inabalável em seu próprio desempenho. Além disso, é um sinal claro de que a empresa está disposta a apostar em si mesma, mesmo quando o mercado não compartilha da mesma visão. Programas de recompra como esse também podem ser uma forma de as empresas influenciarem o mercado e demonstrarem seu compromisso com os acionistas.
Programas de recompra de ações: como funciona a compra de ações por meio de derivativos
A Tenda utiliza operações de derivativos para realizar a recompra de ações, descritas pelo management da empresa como ‘os mais simples possíveis’. O CFO, Luiz Mauricio Garcia, explicou que os bancos compram as ações da empresa na bolsa e as carregam até uma data específica, a um custo determinado pelo preço do empréstimo. A diferença entre o preço de compra e o de venda, subtraída a taxa do empréstimo, é o saldo final. Se as ações subirem, mas o ganho for menor que a taxa, ou se caírem, a empresa registra prejuízo.
O objetivo é trazer as ações de volta para a companhia, conforme tenham lucro e uma reserva de capital robusta. Garcia destacou que, em vez de utilizar o caixa próprio, a empresa utilizou um empréstimo do banco para realizar a compra. Essa não foi a primeira vez que a Tenda adotou essa prática, tendo autorizado operações semelhantes em abril do ano passado e em novembro de 2024.
Recompra de papéis e aquisição de ações: como a Tenda utiliza os programas de recompra
Desde então, as ações da Tenda mais que dobraram de preço, acumulando alta de 160% próximo aos prazos máximos de liquidação. Ainda assim, a companhia optou pela rolagem dos contratos de derivativos, feitos com XP e Santander, estendendo os prazos de liquidação para abril de 2026. Com as três operações de derivativos em aberto, o volume pode chegar a 10,75 milhões de ações, cotadas hoje a R$ 13,61.
Além disso, a Tenda tem um programa tradicional de recompra em aberto, que pode alcançar até 4,5 milhões de ações. No total, essas operações representam cerca de 12,4% de todo o volume de ações emitido pela companhia. A expectativa da diretoria é que as ações em posse dos bancos comecem a ser internalizadas a partir do próximo ano, quando a Tenda projeta um lucro líquido entre R$ 360 milhões e R$ 380 milhões — bem acima do esperado para 2023.
Programas de recompra de ações: como a Tenda utiliza os derivativos para comprar ações
De acordo com projeções do Santander, a companhia deve encerrar o ano com um lucro líquido de R$ 118 milhões, após acumular um resultado positivo de R$ 85,1 milhões nos três primeiros trimestres. No ano passado, a empresa registrou prejuízo de R$ 95,8 milhões. A Tenda utiliza os programas de recompra de ações para comprar ações por meio de derivativos, que são operações financeiras que permitem à empresa comprar ações a um preço determinado no futuro.
Essas operações são realizadas com o objetivo de trazer as ações de volta para a companhia, conforme tenham lucro e uma reserva de capital robusta. A empresa utiliza um empréstimo do banco para realizar a compra, que é feita a um custo determinado pelo preço do empréstimo. A diferença entre o preço de compra e o de venda, subtraída a taxa do empréstimo, é o saldo final.
Fonte: @ NEO FEED