Às 11h30, somente o Tesouro Selic estava disponível no mercado de títulos, cujas taxas oscilam muito. O Boletim Focus prevê maior inflação nos próximos anos.
As transações do Tesouro Direto tiveram início nesta semana exatamente como encerraram a anterior: suspensas. Hoje, segunda-feira (10), o mercado de títulos públicos enfrenta mais uma previsão de crescimento do Boletim Focus, do Banco Central (BC). Por volta das 11h30 apenas o Tesouro Selic estava disponível para compras.
Enquanto as negociações do Tesouro Direto seguem em compasso de espera, a projeção de alta dos títulos públicos indica um cenário desafiador para os investidores. É importante estar atento às movimentações do mercado financeiro para tomar decisões assertivas em relação aos investimentos disponíveis.
Tesouro Direto: Mercado de Títulos Públicos e Suas Oscilações
A Secretaria do Tesouro Nacional costuma agir diante das oscilações das taxas, seja quando elas disparam ou caem de forma significativa. Recentemente, o Boletim Focus trouxe uma projeção de inflação mais alta para 2024. De acordo com o relatório, a expectativa para a inflação deste ano teve um leve aumento, passando de 3,88% para 3,90%, movimento semelhante ao observado nas últimas semanas. O mesmo cenário se repete nas previsões para os próximos anos. Para 2025, a projeção também teve um acréscimo, saindo de 3,77% para 3,78%. Já em relação a 2026, a expectativa permanece em 3,60%, mantendo-se estável em relação à semana anterior.
No cenário atual, as taxas dos títulos públicos têm acompanhado essas incertezas, apresentando uma tendência de alta, o que levou o Tesouro Nacional a interromper temporariamente as negociações. Dentre os diversos fatores de incerteza, a questão sobre o início do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, é um dos pontos mais relevantes.
Atualmente, a maioria dos analistas do mercado projeta um início de redução das taxas de juros nos EUA a partir de novembro deste ano. Enquanto essa expectativa não se concretiza, os juros mais elevados nos Estados Unidos exigem que o Brasil ofereça um prêmio mais atrativo para atrair investidores. Isso acaba limitando o espaço para redução da taxa básica de juros brasileira, impactando diretamente nos ajustes necessários nos títulos públicos em função das mudanças nas expectativas.
Essa conjuntura tem resultado em aumentos nas taxas futuras, refletindo em maiores remunerações para os títulos prefixados, que têm se mantido em uma faixa entre 11% e 12%, e para os títulos atrelados à inflação, que oscilam entre 6% e 6,5%. A volatilidade do mercado de títulos públicos é uma realidade que deve ser acompanhada de perto pelos investidores, diante das projeções e movimentações que podem ocorrer nos próximos meses.
Fonte: @ Valor Invest Globo