Movimento reage ao IPCA-15, prévia da inflação de outubro, que subiu 0,54%, acima do esperado, afetando a política monetária e taxa de juros oferecidos no ciclo de política.
A alta da inflação continua a influenciar o mercado financeiro, com os juros oferecidos pelos títulos públicos subindo constantemente. Nesta quinta-feira (14), o Tesouro IPCA+ alcançou um retorno real de até 6,83% ao ano, um sinal claro da reaceleração da inflação.
Entre os títulos prefixados, a barreira dos 13% já foi rompida há algum tempo, e agora os investidores buscam proteger seus investimentos contra a alta inflacionária. O movimento ocorre em reação ao IPCA-15, que subiu 0,54% na margem, acima do esperado, e registrou a maior elevação para o mês desde 2021. A inflação continua a ser um desafio para os investidores.
A Inflação no Ar
O indicador recente elevou a preocupação do mercado com a possibilidade de uma reaceleração da inflação no Brasil. Além do IPCA-15, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, falou em evento em Washington, fornecendo pistas sobre a trajetória dos juros no Brasil. Ele reafirmou que a decisão pelo início gradual do ciclo de política monetária considerou a necessidade de ter mais informações, ou seja, mais dados. Em um cenário de incertezas, é natural que os investidores exijam mais retornos para emprestar dinheiro ao governo.
A Alta da Inflação
Nesse caso, o Tesouro IPCA+ é o mais influenciado pela projeção de alta da inflação, por isso a disparada dos últimos dias chama tanta atenção. As taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice-versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.
A Política Monetária
A política monetária do Banco Central é fundamental para controlar a inflação. A taxa de juros é um dos principais instrumentos utilizados para isso. Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a taxa de juros para reduzir a demanda por crédito e, consequentemente, reduzir a inflação. No entanto, isso também pode afetar a economia, pois os juros mais altos podem aumentar o custo do crédito para as empresas e os consumidores.
O Ciclo de Política
O ciclo de política monetária é um processo contínuo, e o Banco Central precisa monitorar constantemente a economia para ajustar a política monetária de acordo com as necessidades. A reaceleração da inflação pode ser um desafio para o Banco Central, pois pode exigir uma mudança na política monetária para controlar a inflação. No entanto, é importante lembrar que a política monetária é apenas uma das ferramentas utilizadas para controlar a inflação, e que outras políticas, como a fiscal, também podem ser importantes.
Fonte: @ Valor Invest Globo