Órgão acusou proprietário da SAF do Botafogo por violar artigos e termos: sessão privada, manipulação de resultados, Procuradoria, audiência.
Após ser denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nesta terça-feira (3), John Textor pediu uma reunião privada com o órgão para apresentar as provas de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro. Em entrevista à ESPN, o proprietário da SAF do Botafogo afirmou que pretende mostrar ao STJD as mesmas evidências que já foram entregues à CPI da Manipulação de Resultados do Senado. ”O STJD nunca investigou os casos de manipulação de jogos, e essa nova declaração é apenas uma repetição das acusações irresponsáveis feitas anteriormente por Marcelo Mauro (auditor), que foram passadas aos novos membros do STJD”, disse o empresário, acrescentando que pediu aos seus advogados que organizem uma audiência apropriada.
O dirigente alvinegro também ressaltou que o STJD deveria desistir da denúncia, pois ele estará se reunindo com ”verdadeiros promotores” no Rio de Janeiro nesta semana. ”Estarei novamente no Rio, participando de mais reuniões em sessão privada com promotores que têm poderes investigativos reais, e por isso o STJD deveria simplesmente abandonar o caso”, concluiu. O STJD identificou cinco violações do empresário norte-americano ao artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, além de uma ao artigo 221. A punição máxima, em caso de condenação, pode resultar em uma suspensão de 810 dias e uma multa que pode alcançar R$ 500 mil. A situação é grave e requer atenção.
Consequências da Ofensa à Honra no Esporte
A ofensa à honra de alguém, em relação a fatos diretamente ligados ao desporto, é uma questão séria que pode resultar em penalidades significativas. A PENA para tal infração varia de uma multa que pode oscilar entre R$ 100 a R$ 100 mil, além de uma suspensão que pode ir de uma a seis partidas, provas ou equivalentes. Essa sanção aplica-se a atletas, mesmo aqueles que sejam suplentes, treinadores, médicos ou membros da comissão técnica. Já para qualquer outra pessoa, a suspensão pode variar de quinze a noventa dias.
Erros Grosseiros e suas Implicações
O Art. 221 aborda a questão de dar causa, por erro grosseiro ou por sentimentos pessoais, à instauração de inquérito ou processo na Justiça Desportiva. A PENA para essa infração é a suspensão que pode variar de quinze a trezentos e sessenta dias para a pessoa natural, ou, no caso de entidades de administração ou prática desportiva, uma multa que também pode oscilar entre R$ 100 a R$ 100 mil.
Relatório do STJD e Denúncias de Manipulação de Resultados
Recentemente, no início de julho, foi publicado um relatório pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que traz a conclusão do inquérito referente às denúncias levantadas por John Textor sobre uma possível manipulação de resultados no Brasileirão. O auditor Mauro Marcelo de Lima, encarregado do inquérito de número 121/2024, sugeriu uma severa pena de suspensão de seis anos, além de uma multa de R$ 2 milhões ao empresário estadunidense, o que resultaria na maior punição já imposta na história do esporte brasileiro.
Provas e Alegações Contestadas
De acordo com o relatório, as provas apresentadas por Textor foram consideradas ‘imprestáveis’. Os sistemas utilizados pelo empresário, conforme relatado pela Good Game, foram descritos como ‘fantasias tecnológicas’. O relatório enfatiza que a ideia de que um algoritmo poderia garantir justiça absoluta no esporte é, infelizmente, apenas um sonho distante. A confiança depositada nesses métodos pela ‘Good Game’ é, na melhor das hipóteses, uma ilusão quase bem-intencionada e, na pior, um artifício que visa ludibriar as entidades esportivas.
Conclusões do STJD sobre Manipulação de Resultados
O STJD chegou à conclusão de que as ações de Textor configuram atos ilícitos desportivos que ferem a honra de sete entidades desportivas, além de nove atletas e nove árbitros. Os clubes mencionados incluem Palmeiras, Grêmio, Bahia, Flamengo, Atlético-MG, São Paulo e Fortaleza. O processo esclarece que o relatório da Good Game, apresentado pelo dono da SAF do Botafogo, envolve sete árbitros e nove jogadores acusados, sendo cinco do São Paulo e quatro do Fortaleza.
Atletas e Árbitros Citados nas Acusações
Os atletas do Fortaleza estavam em campo durante a goleada do Palmeiras por 4 a 0 em 2022, no Allianz Parque, quando o Alviverde já havia garantido o título. Os jogadores envolvidos foram Juninho Capixaba (atualmente no Red Bull Bragantino), Tinga, Marcelo Benevenuto (hoje no Coritiba) e Fernando Miguel (hoje no Ceará). No caso do São Paulo, os jogadores participaram de outra goleada do Palestra, também no Allianz, mas desta vez por 5 a 0 em 2023, quando o Botafogo ainda liderava o torneio. Os atletas citados foram Diego Costa, Rafinha, Gabriel Neves (atualmente no Independiente), Beraldo (hoje no PSG) e Caio Paulista (agora no Palmeiras). Além disso, o relatório da Good Game também mencionou os árbitros Raphael Claus.
Fonte: @ ESPN
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