Médico falou de três anos de luto e homenageou marido, vítima da Covid-19. Saudade e melancolia, lidamos com perda. Rede social: compartilhemos homenagens. Adaptamos, continuamos a viver. Planes eram dele, fato foi outro. Quem fica com a cicatriz?
Thales Bretas, 36 anos, recorreu às redes sociais, no sábado (4), para celebrar a vida de Paulo Gustavo, que nos deixou há três anos, vítima da Covid-19. O médico compartilhou suas emoções ao lidar com a morte do companheiro. ‘Mesmo que eu finja não me abalar tanto com esse momento, uma tristeza me envolve antes, durante e depois dele’, desabafou.
Em meio à recordação do aniversário da passagem de Paulo Gustavo, Thales Bretas refletiu sobre a superação do falecimento e a aprendizagem encontrada nessa transição. É importante lembrar que cada um lida com a morte de forma única e especial, evidenciando a importância de expressar as emoções e buscar apoio nos momentos difíceis. Estar aberto para o processamento do luto é fundamental para a construção de uma jornada de cura e transformação.
Lidando com a morte: uma jornada de adaptação e saudade
Embora a passagem pela morte nem sempre seja um tema que compartilhamos abertamente, a verdade é que a sombra do falecimento vive dentro de cada um de nós, silenciosa e persistente. É um daqueles sentimentos que preferíamos não experimentar, mas, como descobri ao longo de três anos de experiência pessoal, é um companheiro constante. A morte transforma, como um parto que dá origem a um novo eu, a uma nova realidade que se impõe.
Assim como o nascimento é a promessa de um mundo por descobrir, a morte é a certeza implacável de que um mundo conhecido chegou ao fim, sem aviso prévio. Muitos me questionam sobre como consegui ‘superar’ ou seguir em frente diante de uma perda tão devastadora. A verdade é que não se supera, e o tempo por si só não tem o poder de curar todas as feridas.
A morte nos confronta com a necessidade de nos reconstruirmos diante da ausência, de lidarmos com a melancolia e de adaptarmos nossos planos à nova realidade que se impõe. É um fato incontestável: para aqueles que ficam, a vida continua. Sempre acreditei que, mesmo na dor da perda, há muito ainda a ser vivido enquanto nos é concedido o presente da existência.
A jornada de Paulo Gustavo e seu legado após o falecimento pela Covid-19
Paulo Gustavo nos deixou no dia 4 de maio de 2021, aos 42 anos, vítima das complicações da Covid-19. O humorista era casado com Thales desde 2015 e juntos foram abençoados com a chegada de Romeu e Gael, agora com 4 anos de idade. Mariana Xavier, colega de trabalho de Paulo na trilogia ‘Minha Mãe é Uma Peça’, expressou seu carinho em um comentário à postagem de Thales Bretas.
‘Ô, Thales… seguimos adiante, mas a cicatriz permanece… todo o amor para vocês!’, afirmou Mariana, ecoando os sentimentos de saudade e apoio a quem precisa enfrentar a difícil tarefa de continuar a viver após a perda de um ente querido.
As obras e o legado de Paulo Gustavo não apenas nos fazem rir, mas também têm impacto positivo em outras áreas, como o auxílio de profissionais de saúde mental no tratamento de autismo em crianças e jovens. Sua partida deixou uma marca profunda, porém seu espírito e talento continuam vivos através da memória e do afeto daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Fonte: © CNN Brasil
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