Preços dos imóveis em São Paulo estão abaixo do pico de 2014, enquanto em Miami estão quase 50% acima de 2019, apesar do risco de bolha no mercado de luxo.
A recuperação do mercado imobiliário em São Paulo tem gerado questionamentos sobre a sustentabilidade desse crescimento. Pelo segundo ano consecutivo, a cidade registrou aumento nos preços dos imóveis em termos reais ajustados pela inflação, o que pode ser um sinal de que o mercado está se estabilizando. No entanto, é importante considerar que o mercado imobiliário é altamente influenciado por fatores econômicos e políticos.
Um estudo do UBS Wealth Management (WM) sugere que, pelo menos por enquanto, a situação não é motivo de preocupação. A pesquisa destaca que o mercado imobiliário residencial em São Paulo tem apresentado uma tendência de crescimento sustentável, impulsionada pela demanda por moradias e pela expansão da construção civil. Além disso, a construção de novos empreendimentos habitacionais tem contribuído para a oferta de opções mais acessíveis para os compradores, o que pode ajudar a manter o mercado estável. A chave para a sustentabilidade do mercado imobiliário é a oferta de opções diversificadas e acessíveis.
O Mercado Imobiliário em São Paulo
A capital paulista ocupa a última posição no UBS Global Real Estate Bubble Index 2024, um índice que avalia o risco de bolhas de imóveis residenciais em 25 grandes cidades ao redor do mundo. De acordo com o UBS WM, mesmo com os preços dos imóveis subindo por dois anos seguidos em São Paulo, os preços reais permanecem mais de 20% abaixo do pico registrado em 2014. Isso se deve, em parte, ao fato de que os aluguéis subiram quase 10% nos últimos quatro trimestres, tornando o aluguel uma opção financeiramente mais atraente do que ter casa própria.
O estudo também aponta que a situação dos preços dos imóveis residenciais de São Paulo está alinhada com a tendência apurada pelo estudo do UBS WM, de que os riscos de bolhas imobiliárias nas 25 cidades estão baixos, tendo diminuído, em média, pelo segundo ano consecutivo. Isso é um reflexo do mercado imobiliário residencial, que tem apresentado uma tendência de estabilidade nos últimos anos.
O Mercado Imobiliário Global
No UBS Global Real Estate Bubble Index 2024, Milão, Varsóvia e Estocolmo são cidades que também apresentam risco baixo de bolhas, ao contrário de Miami, Tóquio e Zurique, onde o risco é alto. Os preços dos imóveis, ajustados pela inflação, estão, em média, cerca de 15% mais baixos do que em meados de 2022, quando os juros começaram a subir globalmente. Em cidades como Frankfurt, Munique, Estocolmo, Hong Kong e Paris, os preços reais estão abaixo dos seus picos pós-pandemia em 20% ou mais.
‘As cidades que registraram as correções de preços mais acentuadas são aquelas que apresentaram um alto risco de bolha imobiliária em anos anteriores’, diz Claudio Saputelli, head CIO de real estate do UBS WM, em nota. Isso é um reflexo do mercado imobiliário civil, que tem apresentado uma tendência de ajuste nos últimos anos.
O Mercado de Luxo em Miami
Miami, por outro lado, ficou em primeiro lugar do índice do UBS WM de risco de bolha imobiliária. Mesmo com a situação arrefecendo por conta dos juros altos nos Estados Unidos, os preços na cidade estão quase 50% acima dos valores dos imóveis vistos no final de 2019, com um avanço de 7% dos preços nos últimos quatro trimestres, duas vezes mais forte que a média dos últimos 20 anos. Isso é impulsionado pela expansão do mercado de luxo, diante da forte demanda por propriedades high end de frente para o mar.
O aumento dos preços nos últimos anos se dissociaram fortemente do aumento da renda e dos aluguéis, resultando em desequilíbrios significativos no mercado de imóveis residenciais e levando a um alto risco de bolha, de acordo com o UBS WM. Isso é um reflexo do mercado imobiliário habitacional, que tem apresentado uma tendência de crescimento nos últimos anos.
Perspectivas para o Futuro
Olhando para frente, a perspectiva é de uma melhora nos mercados imobiliários dessas cidades. Para o UBS WM, a queda dos juros prevista nas principais economias deve impulsionar a venda de imóveis. ‘Os preços reais das moradias em muitas cidades atingiram o seu ponto mais baixo. A perspectiva econômica provavelmente determinará se os preços voltarão a subir ou se manterão estáveis’, diz o relatório. Isso é um reflexo do mercado imobiliário residencial, que tem apresentado uma tendência de estabilidade nos últimos anos.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo