Média de perdas com golpe de impostor é de R$ 2.100, com R$ 6.300 para a classe AB.
Com o avanço da idade, a exposição a golpes financeiros aumenta significativamente, destacando-se como um dos principais desafios enfrentados pela população em idade avançada no Brasil. O sistema de pagamento instantâneo do pix é frequentemente utilizado em golpes sofisticados, o que coloca os usuários mais velhos em risco ainda maior.
Os dados do Banco Central demonstram que, embora as pessoas com mais de 60 anos representem uma parcela menor de usuários do pix, eles são os principais alvos de golpes financeiros. O prejuízo causado por esses golpes pode ser devastador, com alguns indivíduos sendo vítimas de golpeiros impostores que prometem vantagens financeiras de forma da falsa. A centralização dos recursos e a falta de conhecimento sobre as últimas tecnologias de segurança digital tornam a população mais velha ainda mais vulnerável a essas armadilhas financeiras.
Golpes Digitais: O Prejuízo É Maior Para Vítimas Mais Velhas
A faixa etária mais afetada pelos golpes digitais no Brasil são os idosos, especialmente aqueles com mais de 60 anos. Segundo um estudo conduzido pela Silverguard, empresa de proteção financeira digital, essas vítimas têm um prejuízo médio de R$ 4.200, quatro vezes maior do que o das vítimas entre 18 e 24 anos, e 16 vezes maior que das vítimas com menos de 18 anos.
A pesquisa, que analisou dados do Banco Central e denúncias de vítimas na Central SOS Golpe, considerou o período de janeiro a junho de 2024 e revelou que o prejuízo médio em todas as faixas etárias é de R$ 2.100. A classe AB perdeu R$ 6.300, a C perdeu R$ 3.500, e a DE perdeu R$ 1.500.
Golpes Mais Comuns e Canais Iniciais
Entre as vítimas com mais de 60 anos, a maior incidência de golpe é de impostor pedindo dinheiro emprestado e/ou ajuda (48%), seguido pela compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (18%) e golpe da falsa central de atendimento do banco (7%). O WhatsApp foi o canal inicial de 69% das vítimas nessa faixa etária.
Entre as vítimas de 50 a 59 anos, a compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (35%) e impostor pedindo dinheiro emprestado e/ou ajuda (27%) são os golpes mais comuns, seguidos do golpe da falsa central de atendimento do banco (8%).
Desafio de Perder Dinheiro
Para as vítimas mais velhas, o desafio de perder dinheiro em um golpe pode ser ainda maior, pois muitos têm uma renda fixa limitada e já comprometida com outros gastos. Além disso, há o trauma emocional de ter caído em um golpe onde o fraudador se passava por um familiar pedindo dinheiro emprestado.
Golpes com Pix e APP
Os golpes com pix analisados para a pesquisa da Silverguard mostram que 97% são do tipo APP (authorised push payment fraud), em que o próprio usuário, iludido por uma história muito convincente, acaba transferindo dinheiro diretamente para o fraudador, ou seja, vítima de um golpe de engenharia social.
Crescimento dos Golpes Digitais
O especialista destaca que o Pix não é o vilão, mas ajudou a acelerar o crescimento dos golpes digitais no Brasil. Para aplicar golpes, criminosos dependem de uma rede de serviços: registram URLs, contratam hospedagem de sites, anunciam nas redes sociais, utilizam operadoras de telefonia, compram links patrocinados e, também, abrem contas falsas ou laranjas em Instituições Financeiras.
Equipado com novas ferramentas, o golpista 2.0 está entranhado em uma estrutura de corporativização do golpe financeiro digital.
Piora na Situação
Uma pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que os brasileiros perderam R$ 25,5 bilhões em golpes com pix e boletos. A situação parece não melhorar, e é necessário que as autoridades e as empresas tomem medidas para combater esses golpes e proteger os cidadãos.
Fonte: @ Valor Invest Globo